Foi estabelecido em 1992, pela American
Association for Mental Retardation e aceite por órgãos oficiais no mundo
inteiro, que o quoficiente de
inteligência (QI) é considerado apenas um dos indicativos para o diagnóstico
diferencial. A deficiência mental implica limitações
essenciais no desempenho intelectual da pessoa, manifestas até os 18 anos, e é
caracterizada pela combinação do funcionamento intelectual significativamente
abaixo da média, no caso um Q.I. igual a 70- 75, com limitações relacionada com limitações na conduta adaptativa em duas ou mais das seguintes áreas : comunicação, cuidados
pessoais, vida escolar, habilidades sociais, desempenho na comunidade.
Muito comum
também é o desconhecimento, por parte dos profissionais, de que existem graus
de deficiência mentais moderados e leves que estão, ou podem estar, integrados
no sistema regular de ensino, participando com poucas ou nenhumas restrições nas atividades sociais apropriadas para a sua idade cronológica.
Diversos autores
têm apontado que o nível de funcionamento e adaptação social destes indivíduos
não provém apenas de fatores internos, mas sobre tudo da falta da comportamentos apropriados no seu repertório (conjunto de aptidões ou "skills") devido ao tipo de socialização e
educação que estes recebem, principalmente a maneira estereotipada como são
tratados pelos demais.
A partir do
momento em que uma pessoa recebe o diagnóstico de deficiente mental todas as
suas características, potencialidades e atributos são subestimados; a sua vida
fica restrita a situações “protegidas”, devido ao estigma, todas as atitudes e
comportamentos destes indivíduos, assim como a sua expressão de sentimentos e
desejos, serão para sempre vistas a partir do referencial da “anormalidade”,
excluindo-se assim do seu convívio todos aqueles que não receberam treino especifico para lidar com esta "clientela". No entanto e quando proporcionadas as condições adequadas, o deficiente
mental, como qualquer outra pessoa, pode crescer emocionalmente, transformar a sua maneira de estar no mundo, e consequentemente aumentar a sua auto-estima e
expandir a sua esfera de relacionamento humano.
Sob esse prisma,
o papel do psicólogo no atendimento ao deficiente mental intensifica-se. Este deixa
de apenas apontar e qualificar o grau de desvio, para buscar estratégias
que possibilitem e incrementem o crescimento interno, a autonomia e a independência pessoal. Deve ser dada a devida tenção ao desenvolvimento de condutas e habilidades que
facilitem a adequação desse individuo às normas sociais, aumentando as suas possibilidades de integração social e profissional.
5. EDUCAÇÃO PRÉ – ESCOLAR PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
A validade da
educação especial justifica-se na certeza da importância da educação para
todos. Assim para alguns, ela deve desenvolver-se de forma especial, para
atender às diferenças individuais dos alunos, através da diversificação dos
serviços educacionais.
A educação
consiste num trabalho que visa desenvolver as oportunidades para que cada um
venha a ser uma pessoa em toda a sua plenitude, apoiando-se nos recursos da
pessoa, mediante a consideração das suas necessidades e debilidades, das suas forças e
esperanças. O princípio educativo está na capacidade de crescimento do ser humano, que é
ilimitada.
As crianças com
necessidades especiais são aquelas que, por alguma espécie de limitação
requerem certas modificações ou adaptação no programa educacional que lhes permita atingir o seu potencial máximo. Essas limitações podem decorrer de
problemas visuais, auditivos, mentais ou motores, bem como de condições
ambientais (económicas, sociais,culturais e afectivas) desfavoráveis.
A presença de
necessidades educativas especiais é o factor que irá indicar se o aluno deve receber
educação especial, e não apenas a presença de uma deficiência ou sobredotação,
pois, a existência de uma deficiência não torna obrigatório que o seu portador tenha que ser excluído dos processos comuns de educação.
Diagnóstico e
Classificação: Os termos diagnóstico, classificação, avaliação e testagem, são
utilizados e definidos de diferentes maneiras nas várias áreas: médica,
psicológica, educacional.
5.1. TODO O DIAGNÓSTICO TEM DUAS FUNÇÕES BÁSICAS
Localizar e analisar as causas das dificuldades dos
alunos em todas as áreas das suas atividades,
Identificar e avaliar as áreas de aprendizagem e
ajustamento, tanto as positivas, como as negativas.
5.2.
CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS ESPECIAIS
São inúmeras
as desvantagens e desvios existentes na classificação de pessoas em categorias,
mas acabam por tornar-se necessárias principalmente do ponto vista da
administração do Sistema Educacional.
1.Excepcionais
intelectuais:
1.1.
Sobredotados
1.2. Deficientes
mentais
a) Educáveis
b) Treináveis
c) Dependentes
2. Excepcionais físico-sensoriais:
2.1. Deficientes
físicos não sensoriais
2.2. Deficientes
físicos sensoriais
a) Deficientes
auditivos
b) Deficientes
visuais
3. Excepcionais
psicossociais:
3.1. Alunos com
distúrbios emocionais
3.2. Alunos com
desajustes sociais
4.
Excepcionalidade múltipla
4.1. Alunos com
mais de um tipo de desvio
5.3. ALGUNS
RECURSOS EDUCACIONAIS MAIS ENCONTRADOS
1. Ensino
Itinerante:
Prestação de
serviços, por um professor especializado, que visita várias escolas comuns que
recebem alunos excepcionais. Tanto para professores com para alunos.
2. Sala de
Recursos:
E uma sala que
conta com materiais e equipamentos especiais, na qual o professor especializado,
fixo na escola, auxilia os alunos nos aspectos específicos em que precisam de
ajuda para manter a classe comum.
3. Classe
Especial:
Instalada em
classe comum, caracteriza-se pelo agrupamento de alunos classificados com o mesma categoria de excepcionalidade, que estão sob a responsabilidade de um
professor especializado.
4. Escola
Especial ou Educação Especial:
É aquela que foi
organizada para atender especifica e exclusivamente alunos excepcionais.
Algumas atendem apenas um tipo de excepcionalidade, outras atendem diferentes tipos.