domingo, 15 de fevereiro de 2009

Processos Identitários: Identidade e Alteridade


Tem sido um slogan muito "batido" e constituiu-se com um "lugar-comum", mas nunca é de mais repeti-lo: "Todos iguais, todos diferentes" - exprime uma realidade desejável, ou seja, exprime uma concepção da realidade social em que as diferenças são encaradas positivamente para a construção e o estabelecimento das identidades.
A identidade nacional, por exemplo, estabelece laços de pertença por proximidade geográfica, linguística e cultural entre indíviduos, mesmo geograficamente distantes, e comunidades locais que se representam como integrados num todo mais vasto que são os "portugueses".
Numa acepção muito estreita e passadista os portugueses teriam determinadas características físicas e culturais que determinariam uma identidade que os aproximaria entre si, mas os afastaria de todos os outros (alteridade vem de "alter" = "outro").
Esta concepção apesar de ter ainda seguidores, não é aquela que mais contribui para a tão necessária e justa coesão social e, nos dias que correm, os "portugueses", tal como os "franceses" e, por maioria de razão, os "americanos" ou os "brasileiros" não podem definir-se com base em critérios de natureza "étnica".
Isso faz com que as etnias na sua diversidade percam o sentido e a razão de ser?
Claro que não, as "etnias" têm todas o seu lugar na comunidade desde que o respeito pela lei e pelas regras do convívio social seja por todos observado; o respeito baseia-se no reconhecimento mútuo das diferenças e na compreensão do potencial de enriquecimento global que elas constituem quando integradas no património comum.
António José Ferreira
TAREFAS:
1 - Esclareça o sentido do primeiro parágrafo do texto.
2 - Confronte as concepções de "identidade nacional" expressas no texto.
3 - Comente o último parágrafo do texto, tendo em conta as várias acepções do conceito de "lealdade comunitária".

Processos Sociais de Mudança: Aprendizagem ao Longo da Vida




Aprender significa mudar comportamentos por adequação a novas situações que decorrem geralmente de novas necessidades ou motivações. Quer isto dizer, que quando aprendemos algo ou a fazer alguma coisa, o nosso comportamento muda em relação ao que estávamos em condições de fazer anteriormente.
Assim, quando aprendemos a andar de bicicleta ou a conduzir automóveis ficamos de posse de novas competências (capacidades), passamos a ser capazes ("capaz" vem de "capacidade") de fazer coisas que, no estado anterior, não seríamos.
A aprendizagem implica sempre a modificação de um comportamento de carácter estável e relativamente duradouro, que decorre de treino (prática) e no mundo contemporâneo temos necessidades pessoais e profissionais que implicam um estado de aprendizagem permanente.
No passado as aprendizagens eram, em regra, concentradas na fase inicial da vida e serviam, em geral, para orientar os desempenhos necessários durante praticamente toda a nossa existência. Hoje, isso não acontece dessa maneira, existe uma dinâmica social e tecnológica que nos obriga a aprender ao longo da vida; não basta apenas o que aprendemos na escolaridade básica, secundária ou mesmo universitária, a vida exige-nos sempre mais.
É, por isso, fundamental uma nova atitude de abertura dinâmica face aos processos de aprendizagem; é necessário estar disponível para aprender, pois existe a consciência e a evidência que não aprender põe em risco a nossa própria integração social e é factor de exclusão mesmo a nível económico.


António José Ferreira

TAREFAS:

1 - A partir do texto procure definir o conceito de "aprendizagem".
2 - Fundamente a diferença, expressa no texto, entre as necessidades de aprendizagem do passado e as do presente.
3 - Comente o último parágrafo do texto.