Princípios gerais orientadores da Intervenção Precoce:
· Uma perspectiva ecológica de intervenção, considerando sempre a criança e a
família inseridas num contexto sistémico alargado, onde não podem ser esquecidas
a vizinhança, a comunidade e o sistema institucional e cultural envolventes;
· Uma perspectiva centrada na família, que partindo das suas necessidades e recursos vise capacitá-la e dar-lhe poder de decisão;
· Uma perspectiva centrada nos contextos, procurando transpor para o trabalho interinstitucional a mesma metodologia de respeito e rentabilização de recursos usada com as famílias;
· Uma perspectiva de Desenvolvimento Comunitário, que conduza a uma
participação activa e democrática da população e à criação de uma solidariedade
comunitária e institucional;
· Uma perspectiva transdisciplinar de funcionamento, acreditando numa visão
multifacetada e que permita a circularidade de saberes;
· Uma perspectiva de Investigação-Acção que possibilite um permanente
crescimento e adequação das intervenções através de uma reflexão constante;
· Uma perspectiva de itinerância, acreditando que a equipa deve estar disponível
para se deslocar aos vários contextos de vida da criança sempre que a família assim o deseje ou necessite.
Princípios Orientadores das Relações com as Famílias:
1. Adoptar uma perspectiva em que a família é encarada como um sistema
social;
2. Assumir a família como foco de intervenção;
3. Considerar o fortalecimento da família como o principal objectivo da
intervenção;
4. Assumir uma atitude proactiva relativamente às famílias, enfatizando a
promoção
das suas competências e não o tratamento ou prevenção de problemas;
5. Focalizar-se nas necessidades identificadas pelas famílias (e não pelos
profissionais);
6. Fortalecer o funcionamento familiar dando a maior ênfase à identificação
dos seus
recursos e competências;
7. Fortalecer as redes de apoio da própria família e utilizá-las como
principal fonte de
apoio na resolução das necessidades;
8. Expandir e modificar, no sentido de uma maior adequação e compatibilização, o papel dos profissionais nas suas interacções com
as famílias.
:Apoio à qualificação de competências parentais e familiares:
1. Propoporcionar oportunidades de aprendizagem da criança (que devem ser interessantes/ estimulantes e
motivar o seu envolvimento activo, resultando num sentido de controlo por parte da
criança relativamente às suas competências);
2. Prestar apoio às competências dos pais (através de informação, aconselhamento e
orientação
que promova a sua auto-confiança, fortaleça as competências e conhecimentos
parentais já existentes e promova a aquisição de novas competências para
cuidar da
criança e providenciar-lhe oportunidades de aprendizagem e
desenvolvimento);
3. Diligenciar apoios e recursos da família/comunidade (incluindo qualquer tipo de
recurso
intrafamiliar, informal, comunitário ou formal de que os pais necessitem
para
desempenhar de forma adequada a sua função parental);
Fases Procedimentais do Processo de Intervenção Precoce:
Fases Procedimentais do Processo de Intervenção Precoce:
1) o despiste e a sinalização das situações de risco;
2) a monitorização e
vigilância das crianças em risco que não forem sinalizadas;
(3) o acesso aos serviços
de IP;
(4) a avaliação interdisciplinar abrangente;
(5) a determinação da elegibilidade
para a IP;
(6) a avaliação dos factores de stresse das famílias;
(7) o planeamento,
desenvolvimento e implementação do programa de IP;
(8) a monitorização e avaliação dos
resultados;
(9) o planeamento da transição.